12 setembro 2016

Jeanne-Marie Lanvin

Jeanne Lanvin em pintura de
Clémentine-Hélène Dufau
Jeanne-Marie Lanvin
(1/1/1867 - Paris - 6/7/1946)

Estilista francesa.

Filha de uma costureira, começa a trabalhar cedo, com cerca de onze/treze anos, enfeitando chapéus.


Tendo passado por várias maisons na França, chega até Barcelona.







Lá, recebe um valor de uma cliente (um Louis d'or) que lhe permite abrir uma loja em Paris, onde vende chapéus, já no endereço que permaneceria da maison, até os dias de hoje: 22, rue du Faubourg Saint-Honoré.


Em 1901 cria o terno que  Edmond Rostand (escritor, autor de Cirano de Bérgerac) usaria na Academia de Letras Francesa. Depois se seguiriam 60 para os outros acadêmicos...




Sua primeira coleção para mulheres aparece em 1909, depois da coleção para crianças, e o sucesso vem de seu insistente cuidado com o acabamento.






Em 1923, o desenhista Paul Iribe, que já havia trabalhado com Poiret, transforma uma fotografia de Jeanne e sua filha no logotipo da empresa, usado até os dias de hoje.

Etiquetas de 1914 e 1936








Embora não soubesse desenhar, costurar ou cortar, transmitia suas idéias às costureiras e acompanhava todas as etapas do processo.   Em 1914 já tinha cerca de 1000 profissionais sob suas ordens.


Nos anos 20 criou vestidos com volume nas laterais dos quadris que fizeram muito sucesso e que se tornaram uma de suas marcas distintivas.





Todos seus modelos, depois de prontos, eram desenhados e catalogados.  Parece que a maison continua com o hábito até hoje.







A maison também mantém uma grande coleção de tecidos que Jeanne trazia de suas viagens.














Outra de suas características é o uso de aplicações, bordados e de várias camadas de tecidos criando volumes localizados.





Ela possuía seu próprio atelier de bordados (fato raro) que montava catálogos de exemplos luxuosos permitindo que Jeanne escolhesse quais seriam colocados em cada peça.




Em 1925 esses vestidos-jóias são expostos na Exposição Internacional das Artes Decorativas em Paris.

Ela costumava dar nome a seus vestidos: Marjolaine, Lohengrin, Rarahu, La Diva, Salambo, Bel Oiseau, Mélisande, La Cavallini, Cyclone, .... até sua última criação, o casaco Sérénade.

Marjolaine:

La Diva:

Lesbos:

Mille et une nuits (uma variante do anterior?):



Fusée (o meu favorito.... acho lindíssimo, com ou sem alças, e super atual, poderia ser usado hoje):



No quadro, Odette Ofrano, retratada por Albert Braitou-Sala
Lohengrin:

Rarahu:

Salambo:

Bel Oiseau:

Mélisande:

La Cavallini:
La Duse:

Sérenade:

Cyclone:

(O medalhão lateral é preso em um cinto.)


 Eau de Nil:

Walkyrie:

Maharamée:

Outros:

1926-27 - Neptune











Jeanne Lanvin usava muito o preto e branco, bem como as cores: "azul quatrocentos" ou "azul Lanvin", "rosa Polignac" e "verde Vélasquez".







Para garantir a exclusividade de suas cores, fundou seus próprios ateliers de tintura em Nanterre, no ano de 1923.










Apesar disso, ela usava somente preto, até o fim de sua vida, que considerava como representante do "chic ultime".












Além de tantas roupas de luxo, também produziu uma linha de roupas esportivas.



No começo dos anos 20, se associou a Armand Albert Rateau, criando uma empresa de decoração. (à direita, a entrada da empresa)

Jeanne entrava com as idéias e Rateau com o seu "savoir-faire" na elaboração de móveis e objetos, como tapetes, cortinas, espelhos, esculturas, papéis de parede, etc...

Sua casa também foi decorada por ele. Infelizmente, o imóvel foi derrubado em 1965, mas alguns cômodos foram reconstituídos no Musée des Arts Décoratifs de Paris.





O museu propõe uma visita em 360º.
Vale a pena, o banheiro é uma verdadeira jóia:
http://www.lesartsdecoratifs.fr/index.php?page=visite&salle=rubrique348

Entre vários imóveis decorados pela empresa, está o
Teatro Daunou, em dourado e azul Lanvin, com suntuosas "boiseries" que ilustram animais, folhagens e margaridas.


Em 1924 expandiu suas atividades para o ramo dos perfumes, começando com "My Sin" (meu pecado) em 1925.


Seu mais famoso, Arpège, criado pelos perfumistas André Fraysse e Paul Vacher, aparece em 1927, como homenagem aos 30 anos de sua filha.

A embalagem, desenhada por Armand-Albert Rateau,  permanece até hoje com poucas modificações.

No momento de sua morte, sua filha teria colocado em suas mãos um "Louis d'or", relembrando seu início.


Em seguida, a maison ficou no domínio da família até 1989, passando, sucessivamente, para um banco inglês, para o grupo Louis Vuitton,  para a L'Oreal e, em 2001, para uma empresária chinesa, Shaw-Lan Wang.

Desde então, estiveram na direção artística da griffe:
  • 1946 -1958: Marie-Blanche de Polignac (sua filha Margarida, que mudou de nome no casamento)
  • 1950–1963: Antonio del Castillo // 60–80: Bernard Devaux, acessórios. 
  • 1964–1984: Jules-François Crahay // (homens) 72: Christian Benais, 76–91: Patrick Lavoix, 
  • 1981–1989: Maryll Lanvin
  • 1989–1990: Robert Nelissen 
  • 1990–1992: Claude Montana 
  • 1990–1992: Eric Bergère  // 92–2001: Dominique Morlotti
  • 1996–1998: Ocimar Versolato
  • 1998–2002: Cristina Ortiz
  • 2002–2015: Alber Elbaz // (homens) 03–06: Martin Krutzki , 06–presente: Lucas Ossendrijver, 
  • 2016–presente: Bouchra Jarrar, (mulheres) 
Em 2014, foi realizada uma exposição no Palais Galliera, comemorando os 125 anos da marca.

O catálogo (esquerda) e os detalhes do casaco que está na capa:






Finalmente, algumas imagens em movimento, inclusive da exposição:




Ver também:

http://125ans.lanvin.com/
http://a80-musees.apps.paris.fr/
http://www.metmuseum.org
http://www.alaintruong.com/archives/2015/03/07/31622793.html

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